No primeiro turno das Eleições Municipais de 2024, eleitores de todo o Brasil definiram não apenas os prefeitos, mas também os ocupantes das câmaras municipais. Apesar da diversidade de perfis e candidatos, em mais de 700 cidades, nenhuma mulher foi eleita vereadora. O levantamento, baseado em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela um cenário de baixa representatividade feminina em várias regiões do país.
Dos 5.569 municípios que participaram das eleições, 738 não elegeram mulheres para o Legislativo municipal, o que representa cerca de 13,25% do total. Em outras 1,6 mil cidades, apenas uma mulher foi eleita, compondo 29,27% dos municípios. Esse dado reflete a luta constante por igualdade de gênero na política, apesar das cotas obrigatórias de candidaturas femininas.
Minas Gerais e São Paulo lideram a ausência feminina
O estado de Minas Gerais lidera o ranking de cidades sem representação feminina nas câmaras municipais, com 156 municípios não elegendo mulheres. São Paulo aparece logo em seguida, com 79 cidades nessa situação.
Lagoa da Confusão: um exemplo de avanço
Apesar desse cenário preocupante, alguns municípios avançaram na representatividade feminina. Um exemplo positivo vem de Lagoa da Confusão (TO). Em 2020, apenas uma mulher foi eleita para a câmara municipal. No entanto, nas eleições de 2024, o município elegeu três vereadoras: Iodete Oliveira (PL), com 381 votos; Emoly Alemão (Republicanos), com 379 votos; e Raíza Guimarães (PDT), com 288 votos. Essa conquista reflete um aumento significativo da presença feminina na política local.
Eleições proporcionais e suplência
As eleições para vereador no Brasil seguem o sistema proporcional, em que o partido assegura vagas na câmara municipal com base no número de votos de legenda e nominais. Isso significa que, mesmo em cenários onde poucas ou nenhuma mulher foi eleita inicialmente, o quadro pode mudar ao longo dos anos, caso suplentes assumam os cargos devido a licenças ou mudanças nos titulares.
O segundo turno e o futuro das capitais
Enquanto mais de 120 milhões de brasileiros exerceram o direito ao voto no primeiro turno, em 51 cidades haverá segundo turno, no próximo dia 27 de outubro. Isso inclui 15 capitais, como Palmas (TO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), e Curitiba (PR).
Essas disputas eleitorais continuarão a moldar o cenário político brasileiro pelos próximos anos, e a esperança é que a representatividade de gênero continue crescendo, com mais mulheres ocupando espaços de decisão.