A cena do filhote correndo em meio à fumaça simboliza o impacto das queimadas sobre a vida silvestre. Animais como veados, onças, aves e pequenos roedores estão sendo forçados a abandonar seus habitats em busca de segurança, enquanto as chamas consomem vastas áreas da vegetação.
Fatores climáticos agravam a situação
Bruno Cambraia, coordenador da força-tarefa que combate os incêndios na Ilha do Bananal, destacou as condições climáticas extremas que contribuem para a propagação rápida do fogo. “Os ventos estão mais fortes, a temperatura mais alta, e a umidade do ar está extremamente baixa, chegando a menos de 10% em alguns dias. Isso cria um ambiente propício para que o fogo se alastre rapidamente e a vegetação se torne altamente inflamável”, explicou Cambraia.
Impacto sobre a fauna e a população indígena
A seca severa que assola a região também tem provocado o resgate de peixes que ficaram presos em poças de lama, à medida que os rios e lagos da ilha secam. O impacto ambiental das queimadas é devastador, destruindo não apenas a fauna e a flora, mas também afetando diretamente a vida dos indígenas que habitam a ilha, especialmente nas aldeias ameaçadas pelas chamas.
A força-tarefa está concentrada na Mata do Mamão, uma área dentro da Ilha do Bananal que abriga indígenas isolados. Aproximadamente 8 mil hectares já foram consumidos pelo fogo nessa região, e, apesar dos esforços contínuos, os brigadistas enfrentam desafios diários devido à falta de equipamentos e de pessoal suficiente para controlar as chamas.
Ação urgente e necessidade de apoio
Apesar do trabalho incansável das equipes, que atuam dia e noite, Cambraia reforçou a necessidade de mais recursos para enfrentar a situação. “Precisamos de mais brigadistas e equipamentos para controlar os incêndios e proteger tanto as pessoas quanto os animais que estão sendo afetados. A situação é crítica, e qualquer ajuda é bem-vinda”, afirmou.
O incêndio na Ilha do Bananal é parte de uma crise ambiental que afeta todo o Tocantins, uma consequência direta da combinação de seca severa, altas temperaturas e ventos fortes. Enquanto as equipes lutam para controlar o fogo, a imagem do filhote de veado-mateiro fugindo das chamas serve como um lembrete da urgência em proteger a vida selvagem e os ecossistemas ameaçados pela destruição.