A comunidade indígena Karajá na Ilha do Bananal enfrenta mais uma tragédia: uma menina de apenas cinco meses morreu por desnutrição e desidratação na noite da última sexta-feira. A informação foi confirmada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), que destacou que a criança vivia na aldeia Santa Isabel do Morro, localizada na divisa entre Tocantins e Mato Grosso.
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Em junho deste ano, a bebê foi resgatada pela FUNAI após ter sido abandonada pela mãe, que sofria de depressão pós-parto. Após o resgate, a Justiça do Tocantins concedeu a guarda aos avós da criança e determinou que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) fizesse um acompanhamento contínuo da família. Entre as exigências, estava a disponibilização de médicos, remédios, nutricionistas, alimentos e suporte psicológico.
Apesar dessas medidas, o caso terminou de forma trágica, e a morte da menina evidencia a vulnerabilidade das comunidades indígenas em relação ao acesso a serviços básicos de saúde e assistência social. Este é o terceiro óbito de criança Karajá por desnutrição desde agosto, na região da Ilha do Bananal, o que acende um alerta sobre a crise que se desenrola entre os povos originários.
A FUNAI informou que uma sindicância será instaurada para investigar a conduta do DSEI, responsável pelo acompanhamento da criança e da família. A comunidade e lideranças indígenas cobram mais atenção e políticas efetivas que garantam a segurança alimentar e o cuidado integral das crianças indígenas.
Especialistas em direitos indígenas e saúde pública ressaltam a urgência de medidas eficazes e de longo prazo para evitar mais mortes e oferecer suporte adequado às comunidades, especialmente às famílias que enfrentam situações delicadas, como a depressão pós-parto e a falta de recursos.
O caso reacende o debate sobre o cumprimento das obrigações do Estado em garantir a saúde e o bem-estar dos povos indígenas, que continuam a sofrer as consequências da negligência histórica em áreas remotas e vulneráveis como a Ilha do Bananal.