Na última quarta-feira, 23, a Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) prendeu um homem de iniciais J.O.C., de 34 anos, apontado como principal suspeito do homicídio de seu próprio tio, ocorrido no início de 2022, em Santa Maria do Tocantins. A operação foi deflagrada pela 52ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, com apoio da 15ª Delegacia de Sítio Novo do Tocantins, sob a coordenação do delegado-chefe José Antônio da Silva Gomes.
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A prisão de J.O.C. ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, expedido pela Comarca de Pedro Afonso, após a representação do delegado responsável pelas investigações. O suspeito foi localizado e detido na cidade de Sítio Novo e, posteriormente, conduzido a Santa Maria do Tocantins.
Investigação do desaparecimento
O caso começou a ser investigado após familiares da vítima, um idoso de 71 anos, notarem seu desaparecimento. O idoso, que morava sozinho em sua fazenda na zona rural de Santa Maria, havia deixado de manter contato com os familiares, levantando suspeitas. De acordo com o delegado José Antônio, foi instaurado um procedimento investigativo para localizar o paradeiro do idoso, que gozava de boa saúde física e desapareceu de forma repentina.
Negócio de fachada
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que um suposto contrato de compra e venda de dois alqueires da propriedade rural da vítima havia sido firmado entre o idoso e J.O.C., por um valor de R$ 33,5 mil. No entanto, o contrato apresentava indícios de ilegalidade e, segundo as investigações, foi provavelmente forjado por J.O.C. para dar aparência de legalidade ao negócio, que nunca foi celebrado com a vítima. Acredita-se que, na época em que o documento foi confeccionado, o idoso já estivesse morto.
As apurações indicam que o crime foi motivado por dívidas que J.O.C. tinha com seu tio, além de um possível interesse em se apropriar da terra da vítima, que ele posteriormente vendeu a terceiros.
Confissão e localização do corpo
Após sua prisão, J.O.C. foi confrontado pelos policiais e confessou o crime, indicando com precisão o local onde havia enterrado o corpo de seu tio. O corpo foi encontrado na fazenda da vítima, e equipes da Polícia Civil e da perícia recolheram material genético e resíduos de tecido humano, que foram encaminhados para análise no Núcleo de Antropologia Forense do Núcleo de Medicina Legal de Palmas, a fim de confirmar a identidade da vítima.
Prisão e continuidade das investigações
J.O.C. foi preso pelos crimes de estelionato, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, por forjar o contrato de compra e venda com informações falsas. O suspeito foi recolhido à Unidade Penal Regional de Guaraí, onde aguardará as próximas decisões judiciais.
As investigações estão na fase final, aguardando os resultados dos exames periciais, para que o inquérito policial seja concluído e encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.
“O crime foi cometido com o intuito de obter lucro, sem a menor compaixão por parte do autor, que arquitetou a morte do tio, forjou documentos e agiu normalmente com os familiares. Trata-se de um ato de extrema torpeza e ganância”, destacou o delegado José Antônio da Silva Gomes.