Desde o início da estiagem, em junho, o Tocantins tem enfrentado uma onda de incêndios florestais, com uma das áreas mais afetadas sendo a Ilha do Bananal, onde aproximadamente 250 mil hectares já foram destruídos pelo fogo. A região, que abriga o Parque Estadual do Araguaia e é conhecida por sua rica biodiversidade, tem sido alvo de intensas queimadas, causando graves danos ambientais.
Combate e Extensão dos Danos
As informações são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e de brigadistas indígenas que estão na linha de frente do combate ao fogo. Somente nesta terça-feira, 10 de setembro, foram registrados mais de 360 focos de incêndio.
A Mata do Mamão, uma das áreas mais emblemáticas da Ilha do Bananal e um verdadeiro santuário ecológico, com vegetação do cerrado, pantanal e amazônia, foi gravemente atingida. Além disso, cerca de oito mil hectares de mata nativa, que nunca haviam sofrido com as chamas, foram devastados.
Impactos nas Aldeias Indígenas e Turismo
Imagens capturadas pelas equipes de combate ao incêndio mostram a aproximação das chamas e da fumaça de diversas aldeias indígenas em Formoso do Araguaia, ameaçando não apenas a população local, mas também estruturas voltadas ao turismo internacional de pesca na região.
Há também a suspeita de que ao menos dois focos de incêndio tenham se originado fora da Mata do Mamão e se espalhado, agravando ainda mais a situação.
Medidas Estaduais de Emergência
Com o aumento dos focos de incêndio, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) decretou situação de emergência por 180 dias e anunciou a liberação de R$ 6 milhões para reforçar o combate aos incêndios. O Tocantins é um dos estados mais afetados pela seca intensa e as queimadas, que se intensificaram desde agosto.
Além da Ilha do Bananal, outras áreas turísticas como o Jalapão também estão sofrendo com incêndios. Em resposta, o governo estadual abriu um processo seletivo emergencial para a contratação de brigadistas, que receberão uma indenização de R$ 180 por turno de até 12 horas de trabalho. A contratação será feita por chamamento público, e podem se inscrever brigadistas que possuam o Curso de Formação de Brigadistas Florestais (CFBF) emitido nos anos de 2022, 2023 ou 2024.
Com o agravamento dos incêndios, as autoridades ambientais e os brigadistas seguem empenhados no controle das chamas, buscando evitar maiores perdas em um dos maiores patrimônios naturais do Brasil.