As queimadas na Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, já destruíram 250 mil hectares em 2024, e o fogo segue ameaçando as comunidades indígenas que vivem na região. Há pelo menos dois dias, o incêndio se aproxima de aldeias como a Imotxi II, no interior da ilha, gerando preocupação para as autoridades e moradores locais.
Bruno Cambraia, coordenador da força-tarefa de combate aos incêndios na Ilha do Bananal, aponta que a combinação de altas temperaturas, ventos fortes e a baixa umidade do ar são os principais fatores que contribuem para a rápida propagação das chamas. “A vegetação está extremamente suscetível ao fogo devido às condições climáticas severas, com umidade abaixo de 10% em alguns dias, o que torna o combate muito mais difícil”, afirmou Cambraia.
Seca severa e impactos ambientais
A ilha, que está enfrentando uma seca severa, viu peixes sendo resgatados de poças de lama, evidenciando a gravidade da situação ambiental. A força-tarefa, composta por brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atua dia e noite no combate às chamas na Mata do Mamão, dentro da Ilha do Bananal, onde já foram queimados cerca de 8 mil hectares.
Apesar dos esforços, a situação demanda apoio urgente de mais brigadistas e equipamentos, especialmente para proteger as áreas onde vivem indígenas isolados.
Busca por reforços
O Ibama no Tocantins informou que está em busca de reforço para o combate ao fogo, que atinge a Ilha do Bananal, uma área de aproximadamente 2 milhões de hectares. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, relatou que as operações de combate estão focadas em territórios indígenas e em áreas protegidas como o Parque Nacional do Araguaia.
Queimadas no Tocantins
O problema das queimadas não se restringe à Ilha do Bananal. Em todo o estado do Tocantins, mais de 3 mil focos de incêndio foram registrados desde o início de setembro. Pontos turísticos importantes, como as Dunas do Jalapão e a Lagoa da Serra, também foram atingidos, forçando a evacuação de turistas às pressas.
Em Palmas, um incêndio em uma área verde causou a suspensão das aulas para 700 estudantes. Apesar do controle inicial pelo Corpo de Bombeiros, as chamas voltaram na manhã desta quinta-feira (11).
Animais em perigo
Os incêndios também têm causado grandes danos à fauna local. Em São Miguel do Tocantins, uma preguiça morreu carbonizada, enquanto outra foi resgatada com ferimentos graves. Em Paraíso do Tocantins, um preá foi encontrado com queimaduras nos olhos, patas e focinho, resultando na perda de visão. O animal foi salvo por um vendedor local e está recebendo cuidados intensivos.
Com os incêndios descontrolados e as condições climáticas agravando a situação, a crise ambiental no Tocantins continua a crescer, exigindo ações imediatas para a preservação do meio ambiente e da vida selvagem.