Durante uma expedição recente na região de Nhecolândia, no Pantanal, pesquisadores do projeto Tatu-canastra ficaram surpresos ao encontrar um tatu-canastra de impressionantes 1,6 metros de comprimento e 36 kg, com um detalhe ainda mais inusitado: um pênis de 33 centímetros. O animal, batizado de Wolfgang, se destacou por superar a média de 30 cm observada nos machos da espécie, que já possuem um dos maiores órgãos reprodutores em relação ao tamanho do corpo entre mamíferos terrestres.
O achado ocorreu no início de outubro, durante uma ação de monitoramento da fauna no Pantanal sul-mato-grossense. Após a captura de Wolfgang, os pesquisadores realizaram diversos exames de saúde, instalaram um rádio transmissor VHF e coletaram sêmen, em uma tentativa de aprofundar os estudos sobre a reprodução do tatu-canastra, uma espécie de baixa densidade populacional que conta com cerca de 7 a 8 indivíduos por 100 km².
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A médica veterinária e pesquisadora do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), Carolina Lobo, foi a responsável pelos procedimentos reprodutivos inovadores aplicados em Wolfgang. “O principal objetivo do estudo é entender melhor a biologia e fisiologia reprodutiva do tatu-canastra e do tamanduá-bandeira em vida livre”, explicou Carolina, que utilizou técnicas de eletroejaculação, contribuindo com avanços no campo de pesquisa.
Wolfgang, o maior tatu já registrado pelo projeto em 14 anos de atuação na região, foi devolvido ao seu habitat natural após os exames. Agora, o ICAS poderá monitorá-lo de forma mais precisa, garantindo o acompanhamento de sua saúde e comportamento.
Curiosidades sobre o Tatu-canastra
Além de suas impressionantes proporções físicas, o tatu-canastra é conhecido por suas enormes garras em formato de foice. A garra principal do terceiro dedo pode chegar a medir até 20 cm. Esses animais são cavadores excepcionais, capazes de construir tocas gigantes que, muitas vezes, são utilizadas por outras espécies. As tocas, em média, possuem 35 cm de diâmetro na entrada e são um indício da presença da espécie na área.
O tatu-canastra é estritamente noturno e passa a maior parte do dia escondido em suas tocas. Estima-se que eles cavem uma nova toca a cada três noites, contribuindo significativamente para a modificação e criação de habitats no ecossistema.
Com uma carapaça resistente, que possui bandas flexíveis e uma linha branca característica nas laterais, a espécie é facilmente identificada. Apesar da proteção proporcionada pela carapaça, sua pele rosada e enrugada embaixo do escudo é desprotegida, conferindo-lhe uma aparência única.
O monitoramento contínuo de Wolfgang pelo ICAS trará novas informações valiosas para a preservação dessa espécie fascinante e para o entendimento de sua ecologia no bioma Pantanal.