Na manhã desta terça-feira (15), a 1ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Palmas deu cumprimento a 14 mandados de busca e apreensão contra cinco policiais militares e um guarda metropolitano, investigados pelo homicídio de Jaimeson Alves da Rocha, 35, morto no último dia 18 de junho em uma oficina no Jardim Aureny III.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Palmas, resultando na apreensão de celulares, armas funcionais (que serão entregues à Corregedoria da PM), e coleta de material genético. Outras medidas cautelares foram impostas aos investigados, como o uso de tornozeleiras eletrônicas, afastamento das funções públicas, e restrições quanto ao porte de armas e acesso a quartéis.
Versão dos policiais
Segundo os policiais envolvidos, pertencentes à Rondas Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM), eles foram acionados pelo serviço de inteligência do Batalhão de Choque (BPChoque) para capturar Jaimeson, que estava com um mandado de prisão em aberto. Durante a abordagem, Jaimeson teria resistido, se escondendo em uma oficina e atirando contra os agentes, o que levou os policiais a revidarem, resultando na sua morte.
Investigação aponta execução
Contrariando a versão dos policiais, a investigação conduzida pela DHPP indica que Jaimeson não morreu em confronto, mas foi executado. Testemunhas e imagens de câmeras de segurança reforçam a tese de que Jaimeson já estava rendido no momento em que foi alvejado.
Imagens mostram Jaimeson entrando calmamente na oficina para consertar sua motocicleta, sem indícios de fuga. Após a chegada da ROTAM, a proprietária do local relatou ter visto Jaimeson com as mãos para cima, rendido, antes de ser retirada do local. Após um intervalo de tempo entre dois blocos de tiros, as evidências sugerem a inserção fraudulenta de um revólver na cena para simular um confronto.
O laudo pericial revelou que Jaimeson foi alvejado por dois tiros no tórax e um no ombro. Os tiros posteriores na parede da oficina indicam uma possível tentativa de forjar a narrativa de troca de tiros. A arma encontrada foi manipulada por outras pessoas, segundo análise de DNA, reforçando a hipótese de plantio de provas.
Monitoramento e motivação
A investigação também apontou que Jaimeson estava sendo monitorado pelos policiais e pelo guarda metropolitano por cerca de nove dias antes de sua morte, com tentativas de localizá-lo em residências de familiares. Jaimeson tinha uma extensa ficha criminal e, em um incidente anterior em dezembro de 2023, foi baleado por um policial após uma briga durante uma abordagem. Esse histórico pode ter motivado o comportamento dos agentes envolvidos no caso atual.
As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes e determinar as responsabilidades criminais dos envolvidos.