Com o lançamento dos editais da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) no Tocantins, uma importante ação foi iniciada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com instituições públicas de ensino. A iniciativa já demonstrou resultados expressivos na primeira semana, com equipes de busca ativa percorrendo comunidades quilombolas e aldeias indígenas em 16 municípios, impactando diretamente fazedores de cultura das regiões norte, sul, sudeste e central do Tocantins.
Sob a coordenação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), através do projeto de extensão “Transformando Conhecimento em Inovação: Cultura, Memória e Arte”, as equipes de busca atuam em campo para promover o cadastro de fazedores de cultura nos editais de Culturas Indígenas, Culturas Quilombolas e Cultura Tradicional e Popular. O projeto é conduzido pela Pró-Reitoria de Extensão e pelo Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (Opaje), em parceria com outras instituições como a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO) e a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), contando ainda com a colaboração da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico (Fapto).
Até o momento, mais de 120 inscrições foram realizadas, resultado direto do trabalho das equipes em campo. Elas têm levado informações e oferecido suporte técnico para que mestres e representantes da cultura tradicional e originária possam acessar os recursos disponibilizados pelos editais.
Impacto nas Comunidades Locais
A busca ativa tem alcançado comunidades remotas, levando informações sobre as oportunidades dos editais da Pnab diretamente aos fazedores de cultura. Em depoimento, Noêmia Ribeiro da Silva, conhecida popularmente como Dotôra, moradora do povoado de Mumbuca, no Jalapão, destacou a importância desse processo. “É importante chegar até aqui para a gente conhecer esse projeto. A gente agradece muito pela disposição”, declarou.
Sirlene Matos, artesã e pesquisadora, também enfatizou o impacto positivo da ação nas comunidades quilombolas: “Os mestres precisam ser fomentados com seus saberes, essa cultura e esse legado. Para nós, é histórico”.
Desde o dia 13 de setembro, as equipes já visitaram comunidades e aldeias em municípios como Natividade, Silvanópolis, Chapada de Natividade, Mateiros, Maurilândia, Itacajá, entre outros. A presença dessas equipes garante que as vozes dos povos originários e tradicionais sejam ouvidas e valorizadas, permitindo que eles tenham acesso a recursos fundamentais para a preservação e desenvolvimento de suas culturas.
A ação tem se mostrado um marco na valorização da diversidade cultural do Tocantins, aproximando o poder público das comunidades e fortalecendo os laços entre o Estado e seus fazedores de cultura.