O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), nomeou Ruivaldo Aires Fontoura como o novo presidente do Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins). A decisão foi oficializada no Diário Oficial do Estado no dia 10 de setembro, dias após a exoneração de Robson Moura Figueiredo, ex-presidente do Instituto, citado na Operação Maximus da Polícia Federal, que investiga a venda de sentenças no judiciário tocantinense.
Ruivaldo Aires Fontoura, oficial de justiça avaliador, foi cedido pelo Tribunal de Justiça do Tocantins ao governo até o final de 2024. Sua nomeação ocorre em meio a uma série de mudanças no governo estadual devido aos desdobramentos da operação, que investiga crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Exonerações em série
Robson Moura Figueiredo foi exonerado em 28 de agosto, e desde então, a procuradora-geral do Estado, Irana de Sousa Coêlho Aguiar, estava respondendo interinamente pelo Itertins. Além de Robson, outras figuras importantes do governo foram afastadas em decorrência da Operação Maximus, como o procurador-geral do Estado e o superintendente do Procon Tocantins, cujas exonerações foram publicadas no Diário Oficial em 27 de agosto.
Em paralelo, o governador Wanderlei Barbosa também exonerou o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), com a função sendo temporariamente assumida por Edvan de Jesus Silva, diretor de proteção e qualidade ambiental do instituto.
Operação Maximus: Investigação no Judiciário
A Operação Maximus, deflagrada em agosto de 2023, apura um suposto esquema de venda de sentenças no judiciário tocantinense. Entre os investigados estão o desembargador Helvécio de Brito Maia Neto e o juiz José Maria Lima, ouvidor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ambos afastados de seus cargos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A operação envolveu o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e 60 mandados de busca e apreensão em vários estados, incluindo ações no Fórum de Palmas e na sede do Tribunal de Justiça do Tocantins. Entre as medidas cautelares determinadas pelo STJ estão o afastamento de servidores públicos envolvidos e o bloqueio de bens.
Robson Moura Figueiredo foi citado na investigação como suposto intermediador de negociações para a concessão de liberdade provisória de Bruno Teixeira da Cunha, condenado pelo assassinato do empresário Elvisley Costa de Lima. A operação aponta que as decisões judiciais estavam sendo comercializadas em benefício de criminosos.
A nomeação de Ruivaldo Aires Fontoura é vista como uma tentativa de reestruturar o Itertins em meio à turbulência provocada pelas investigações e mudanças no governo estadual.