Nesta terça-feira (10), o deputado estadual Marcus Marcelo (PL) apresentou à Assembleia Legislativa do Tocantins um projeto de lei que propõe a criação de atendimento prioritário em estabelecimentos públicos e privados para tocantinenses que atuam como cuidadores de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo da proposta é ampliar o suporte às famílias que convivem com o autismo, facilitando o acesso aos direitos e amenizando as dificuldades enfrentadas no dia a dia.
Segundo o deputado, o projeto busca garantir mais acessibilidade para os cuidadores, que muitas vezes precisam estar acompanhados de seus filhos ou parentes com TEA durante as atividades diárias. “O cuidador, ao utilizar qualquer serviço, geralmente não conta com uma rede de apoio e, por isso, está sempre junto da pessoa com autismo. Nosso objetivo é melhorar essa realidade”, declarou Marcus Marcelo.
Mais inclusão
Lilian Fleuri, mãe de um adolescente de 13 anos com TEA, relatou uma experiência difícil que reforça a importância da iniciativa. “Fui ao oftalmologista e não tinha com quem deixar o meu filho. Ele ficou impaciente com a espera, e quando pedi prioridade no atendimento, fui negada, já que o serviço não era para ele. Acabei indo embora, mas falei para a clínica sobre a falta de inclusão”, contou Lilian.
A história de Lilian é um exemplo dos desafios que os cuidadores de pessoas com autismo enfrentam ao buscar serviços que, por vezes, não consideram a necessidade de prioridade, mesmo quando o cuidador está acompanhado de alguém com TEA.
Fortalecendo a rede de apoio
O projeto apresentado na Aleto também menciona a Lei Federal nº 13.977/2020, que criou a carteira de identificação para pessoas com TEA e assegurou atendimento prioritário nos serviços públicos e privados. No entanto, Marcus Marcelo defende que o complemento proposto pelo novo projeto é fundamental para atender também os cuidadores.
“Precisamos continuar avançando em legislações que garantam mais acessibilidade e inclusão. É importante pensar na família como um todo, pois em muitos casos o cuidador dedica tempo integral aos cuidados. Além disso, precisamos amenizar o desconforto que as pessoas com autismo podem sentir em público, mesmo quando estão acompanhadas de seus cuidadores”, explicou o parlamentar.
O projeto de lei segue agora para análise nas comissões da Assembleia Legislativa.