Deficiências no atendimento
De acordo com os documentos emitidos pelo MPTO, os serviços atualmente oferecidos apresentam uma série de problemas, como a falta de planos específicos de políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes, ausência de serviços de alta complexidade, falta de capacitação de profissionais e deficiência na articulação intersetorial entre saúde, assistência social e educação. Essas falhas comprometem a qualidade e a abrangência do atendimento oferecido.
Medidas recomendadas
Entre as principais medidas recomendadas pelo MPTO estão:
- Elaboração de planos de políticas públicas: incluindo o Plano Decenal de Atendimento Socioeducativo e o Plano Municipal de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes.
- Disponibilização de serviços de proteção básica e especial: com a criação de um sistema municipal para atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
- Prazos para implementação: foram estipulados prazos de 15 dias para contratação de apoio administrativo ao Conselho Tutelar, e prazos de 30, 60, 90 e 150 dias para medidas como aquisição de equipamentos, capacitação de profissionais, atualização de legislações municipais e a realização de concursos públicos para fortalecer a Política de Assistência Social.
Articulação intersetorial
A promotora de Justiça Renata Rampanelli destacou a necessidade de articulação entre os setores de saúde, educação e assistência social para garantir uma resposta rápida e eficaz às necessidades de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. “A integração entre os setores é fundamental para o sucesso dessas políticas”, afirmou. Além disso, foi recomendada a regularização do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), essencial para financiar as políticas de proteção e cuidado voltadas ao público infantojuvenil.
Consequências jurídicas
O MPTO estabeleceu que o não cumprimento das medidas dentro dos prazos estipulados poderá resultar na adoção de ações judiciais contra os municípios, caso as recomendações não sejam acatadas. A Promotoria de Justiça reforça a importância do cumprimento das medidas para garantir a proteção integral dos direitos das crianças e adolescentes na região.