Na manhã desta quarta-feira, 28 de agosto, uma operação conjunta entre equipes da Energisa, Polícia Civil e Polícia Militar resultou na desativação de 53 ligações clandestinas de energia elétrica na região Norte de Palmas. A ação faz parte de um esforço contínuo para combater o furto e as fraudes de energia elétrica no Tocantins.
O coordenador de Medição e Combate a Perdas da Energisa, Ricardo Pedrosa de Brito, destacou a gravidade do problema, alertando sobre os riscos e prejuízos associados ao furto de energia. “É necessário que a população compreenda os riscos e os prejuízos do furto de energia elétrica e se conscientize sobre a importância de utilizá-la de maneira responsável e legal, garantindo a segurança e o bem-estar de todos”, afirmou.
Impacto no Tocantins
Somente no primeiro semestre de 2024, aproximadamente 29.655 MWh de energia foram desviados no Tocantins por meio de ligações clandestinas. Esse volume seria suficiente para abastecer cerca de 12 mil residências por um ano ou suprir a demanda energética de uma cidade do porte de Araguatins pelo mesmo período.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo desse desvio é parcialmente repassado às tarifas de energia, embora no Tocantins essa incidência seja inferior a 1%, uma das mais baixas do país. Entretanto, o coordenador da Energisa enfatizou que o maior perigo das ligações clandestinas não é o custo, mas os riscos que essa prática representa para a segurança de toda a comunidade.
Riscos e Consequências
O furto de energia não só compromete a segurança das instalações elétricas, mas também pode causar acidentes graves, como choques elétricos, incêndios e até mesmo mortes. A prática também aumenta a sobrecarga nos sistemas elétricos, levando a curto-circuitos, queima de equipamentos e deterioração da qualidade do fornecimento de energia.
A delegada Lucélia Marques, titular da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Praticados contra Concessionárias de Serviços Públicos (DRCSP) em Palmas, ressaltou as implicações legais do furto de energia. “Trata-se de um crime previsto no Artigo 155, Parágrafo III do Código Penal e que prevê uma pena de um a quatro anos de reclusão e multa. Mas é importante frisar que, além de responder a um processo criminal, a pessoa está colocando a sua vida em risco, ou seja, é algo que não vale a pena”, alertou a delegada.
Impacto nas Comunidades e Dados Recentes
A fraude afeta não apenas os infratores, mas também os consumidores regulares, que acabam arcando com parte dos custos desse crime. Ricardo Pedrosa de Brito enfatizou a importância das denúncias: “Denunciar ligações clandestinas é essencial, pois, no final, todos os usuários acabam arcando com os custos desse crime.”
Em 2023, o Tocantins registrou um total de 35.492 MWh de energia furtada. A concessionária Energisa, em parceria com a Polícia Civil, realizou 31.918 inspeções conjuntas, identificando 4.085 casos de furtos de energia. Além disso, foram registrados 139 boletins de ocorrência, equivalente a uma média de um registro a cada três dias.
Como Denunciar
A Energisa disponibiliza diversos canais para que a população possa denunciar o furto de energia de forma anônima. As denúncias podem ser feitas pelo call center (0800 721 3330), pelo site energisa.com.br, pelas redes sociais Facebook e Twitter, nas agências de atendimento presencial, pelo aplicativo Energisa On, ou pelo WhatsApp da Gisa no endereço www.gisa.energisa.com.br.
A operação conjunta desta quarta-feira é mais um passo na luta contra o furto de energia, visando garantir a segurança e a qualidade do fornecimento elétrico para todos os cidadãos do Tocantins.