O empresário Joseph Madeira foi solto na última sexta-feira, 23, após pagar uma fiança de R$ 100 mil. Ele havia sido preso em meio a uma operação da Polícia Civil que investiga o desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. Segundo a defesa do empresário, a prisão ocorreu porque ele não estava em posse de um celular que deveria ser apreendido pela Polícia Federal.
A operação, denominada Fames-19, é um desdobramento de investigações que apuram um esquema de corrupção envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à distribuição de cestas básicas durante o estado de emergência em saúde pública. Além de Joseph Madeira, o governador Wanderlei Barbosa, dois de seus filhos, a primeira-dama, outros empresários e políticos também estão sob investigação.
Em declaração à TV Anhanguera, a defesa do empresário afirmou que “a liberdade foi deferida e ele responderá ao processo com tranquilidade”. Já ao portal g1, a defesa indicou que só deve se manifestar sobre as investigações após ter acesso integral aos autos do processo, que está sob sigilo.
Joseph Madeira é presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores, de Cursos de Formação e de Segurança Eletrônica do Estado do Tocantins (SindespTO) e também da Associação Comercial de Palmas (Acipa). Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre os motivos específicos que levaram Joseph a ser alvo da investigação.
Operação Fames-19
A ação policial, realizada na quarta-feira (21), resultou no cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão. De acordo com o advogado de Joseph, Antonio Ianowich, o empresário não estava em casa no momento das buscas, mas colaborou prontamente assim que foi contatado pelo delegado. A prisão, no entanto, foi decretada porque, durante o cumprimento do mandado, os policiais não encontraram o celular pessoal do empresário. Segundo a defesa, o aparelho estava com os advogados de Joseph, que se comprometeram a entregá-lo às autoridades.
A Polícia Federal informou que as investigações apontam fortes indícios de um esquema que funcionou entre os anos de 2020 e 2021, durante a pandemia. O esquema teria envolvido a contratação de grupos de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas, as quais teriam recebido o valor total dos contratos, mas entregaram apenas parte das cestas acordadas.
A operação foi nomeada Fames-19, em referência à fome (do latim “fames”) agravada pela pandemia de COVID-19, com o número “19” aludindo ao ano de descoberta da doença. O objetivo da operação é aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos no esquema de desvio de recursos públicos.